Reunião do Confaz mantém impasse sobre unificação do ICMS
Segunda-feira, 08 de Abril de 2013, 09:26:33Economia
Como era esperado, terminou sem consenso a
discussão sobre a unificação das alíquotas interestaduais do ICMS,
travada hoje na reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz), no litoral de Pernambuco. O Ministério da Fazenda irá
analisar as propostas apresentadas no encontro e a decisão terá que ser
tomada no Congresso Nacional.
A proposta do governo federal prevê a unificação gradual, em 4%, da
alíquota do ICMS incidente sobre transações interestaduais de
mercadorias importadas. Atualmente, a alíquota é de 7% ou 12%, a
depender do Estado de origem.
Na reunião do Confaz, os representantes das regiões Sul e Sudeste,
com exceção do Espírito Santo, não cederam à proposta apresentada na
última quarta-feira pelos secretários do Nordeste, que pleiteiam
alíquota de 7% para os bens industriais produzidos nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste.
Na saída da reunião, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda,
Nelson Barbosa, que preside o Confaz, disse que o governo vai analisar
os pleitos e fazer as contas antes de levar a matéria ao Congresso. Ele
sinalizou, entretanto, que o governo deve insistir para que todas as
alíquotas migrem para 4%, mesmo que em prazo mais longo.
“Achamos importante que a alíquota vá para 4% e o ministro Guido
Mantega já deixou isso claro. Mesmo que não em um prazo mais rápido, mas
que chegue a 4%. Agora é a construção política”, disse Barbosa, que
deixou espaço para que a alíquota de 7%, pleiteada pelo Nordeste, seja
praticada por um período mais longo que o previsto.
“Talvez seja viável a manutenção dos 7% para industrializados por um
prazo mais longo, um prazo determinado e, sobretudo, com regras, com
controle. Isso pode minorar a resistência do Sudeste, mas não temos
decisão formada. A proposta foi apresentada ontem, então, ainda vamos
avaliar e fazer conta”, completou.
De acordo com o secretário de Fazenda do Maranhão e coordenador do
Confaz, Cláudio Trinchão, a expectativa é que o Ministério da Fazenda
anuncie seu posicionamento oficial na próxima semana.
Se não houve consenso quanto à unificação do ICMS, todos os Estados
concordaram que o fundo pelo qual o governo federal pretende compensar
as perdas de receita com a redução da alíquota deve ser constitucional, e
não orçamentário, como está previsto. Barbosa, entretanto, descartou a
possibilidade.
“O fundo não deve ser constitucional porque é temporário. É um fundo
que vai durar muito tempo, 20 anos, mas é temporário. É para ajudar os
Estados na transição”, disse Barbosa. O principal temor dos secretários
estaduais é que o fundo não cumpra o objetivo de compensar a perda de
receita, como aconteceu com a Lei Kandir. Barbosa, porém, garantiu que
será diferente.
“Estamos colocando todas as garantias, na lei, de que esse fundo não é
contingenciável. Haverá previsibilidade. Um dos problemas que se
reclama é a Lei Kandir, que tinha um esquema de compensação que era
muito vago. Então, não deu segurança aos Estados. Não estava explicitado
como seria feito o cálculo e quanto seria compensado”, explicou. Fonte: Valor Econômico
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